quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eternamente PinUp




Olá querid@s!!
Depois de um bom tempo sem aparecer por aqui por motivos pessoais ( na verdade acadêmicos) estou de volta no meu blog para falar das coisas que fazem parte da minha identidade social: Rock, moda e Antropologia!! E aproveitando que no post anterior eu estava falando sobre moda feminina para o estilo, resolvi continuar, e dessa vez vou falar de outro estilo que está de volta para fazer a cabeça e o corpo das meninas: a Pin-up e melhor que isso, a Pin-up para todos os gostos!! Inclusive para quem adere ao estilo rock star.
Bem, pra quem não sabe, pin-up é um tipo de modelo oriundo dos anos 20 cujas imagens sensuais produzidas em grande escala se tornaram um forte atrativo para a cultura pop, o seu ponto principal era a sensualidade e o erotismo, levando em consideração que havia outro tipo de pin-up "mais comportada", porem sem perder a sensualidade.As imagens Pin-up apareciam com frequência em propagandas de jornais e revistas e geralmente os homens recortavam e também nos calendários que, sendo que as fotos serviam para serem penduradas, daí o nome pin-up.As fotos faziam sucesso nos armários dos soldados e também nas oficinas de carros. Várias estrelas de Hollywood ficaram famosas devido ao seu visual Pin-up como: Theda Bara nos ano 20, Greta Garbo nos anos 30, Ingrid Bergman nos anos 40 e claro, Marilyn Monroe nos anos 50.O estilo foi tão eternizado que até hoje ele continua fazendo a cabeça das mulheres no mundo todo, claro que sempre inovando na roupagem. Sendo no corte de cabelo, no batom vermelho, nos cílios postiços, nas roupas, a pin-up nunca sai de moda.
Atualmente Katy Perry é a maior representante entre as estrelas do estilo e também a nossa saudosa Amy Winehouse. No Brasil a pin-up também faz sucesso, a primeira que eu vi a adotar o estilo foi a Pitty (sempre ela, fazer o quê ?) mas, esse ano várias atrizes, cantoras e apresentadoras fizeram ensaio Pin-up para revistas e blogs, como: Carol Castro, Mariana Ximenes, Sheyla Carvalho, Cláudia Raia, Patrícia Pilar e... eu, rsrsrs. O que mais me interessa nesse estilo é o anacronismo que ele está causando, esse lance de misturar vintage com os tempos atuais, além do visual mostrar uma sensualidade extremamente feminina, sem apelação. Um look que fica bem em qualquer mulher, por isso a feminilidade.
Pin-up é estilo revolucionário, que para aderi-lo precisa ter atitude que só mulheres descompromissadas com determinados valores aderem, uma vez que remete a liberdade sexual feminina. Então meninas, liberem-se e solte a pin-up que existe dentro de vocês!!beijos









sábado, 17 de setembro de 2011

Roqueira menina... Roqueira MULHER!!


Todo mundo sabe que o Rock and Roll é uma característica peculiar da juventude. Mas, o que é juventude na concepção das pessoas, sobretudo das mulheres que aderem a esse estilo há muito tempo? Passamos dos 20, e chegamos aos 25, 30 ou até mesmo passamos deles... e ai?? Como fica?? Vamos ter de deixar de ouvir aquilo que ouvimos a vida inteira, porque algumas pessoas acham que somos "tias" demais para isso?? E o nosso visual Rock star que tanto nos orgulhávamos?? O medo de se vestir como outrora impera, com medo das opressões que vamos passar, como sermos chamadas de "ridículas" ou "menina véia"?
Meninas, vamos respirar fundo e pensar que esse conceitos de juventude, adolescência, velhice,são categorias socialmente construídas e que alguns antropólogos ( graças) desconstroem tudo o que essas pessoas tradicionalista e construídas socialmente falam, fazendo com que você se retraia sobre o seu gosto. Afirmação bem semelhante à de Melucci, ao falar que os atributos tradicionais da juventude parecem ter se deslocado para além dos limites biológicos, para ser também cultural. o Grande Alberto Melucci afirma que, os jovens não jovens só porque tem certa idade, e sim porque seguem certos estilos de consumo ou certos códigos de comportamento e vestimenta. Agora, a adolescência se prolonga muito mais pra lá de suas fronteiras biológicas, e as obrigações para com a vida adulta, são postas para até depois dos vinte e cinco, inclusive dos trinta anos (MELUCCI, 2001, p. 138). Em suma, fiquem tranquilas e curta o seu estilo até quando você quiser, até porque algumas personas já passaram dos 30, mas continuam mantendo o seu estilo, sempre roqueiras, mas com o novo ar de mulher!! O exemplo clássico que eu vou dar é o da cantora Pitty, que aos 34 anos continua arrasando nos seu looks Rockstar, sem perder o ar da maturidade

segunda-feira, 29 de junho de 2009

MAFFESOLI E A FEMINIZAÇÃO DO MUNDO


Sociólogo reflete sobre ecologia, moda, tecnologia e vagina

Em sua passagem por Caxias do Sul (RS), o sociólogo Michel Maffesoli preconizou a era da tecnomagia, na qual um simples celular vira ícone de reunificação de tribos globalizadas. Neste panorama pós-moderno, ecologia, moda e vagina também harmonizam a vida.

Qual a contribuição da fantasia e do festivo para o reencantamento do mundo?

Michel Maffesoli:
O que caracterizou a modernidade, que acaba de se passar em cinco séculos, foi uma racionalização de toda a vida social. Foi isso que deu um grande desempenho à Europa. Para que essa racionalização acontecesse, jogo, sonho e fantasias foram, se não totalmente evacuados, limitados à vida infantil ou a momentos à parte da cultura. A seriedade da existência, o trabalho, tudo o que dizia respeito à economia e à indústria, eram essenciais nesse período. Havia uma vida paralela, por assim dizer. Uma característica da pós-modernidade é a possibilidade de esses elementos que foram marginalizados voltarem ao cerne da vida social. São as jovens gerações que portam esses valores da fantasia, da criatividade, do prazer e da alegria de viver. Historicamente, existiram outros períodos de grande cultura, como o Renascimento, com valores de prazer, sonho, festividade. Existe hoje um retorno daquilo que foi o Renascimento.

Diante da crise, como construir uma sociedade mais harmônica?

Maffesoli:
Não tenho certeza de que seja preciso construir. A harmonia vem naturalmente. Quando temos uma criança harmoniosa com seu corpo e mente, ou mesmo um adulto com graça, não há uma construção disso. Minha resposta talvez seja totalmente utópica. Mas me parece que hoje há uma espécie de elã interno, vital na sociedade, que não se reconhece mais só no trabalho, no dinheiro. Há uma espécie de humanismo. E, insisto, as novas gerações são portadoras desse movimento por meio da tecnologia. Setenta por cento do tráfego da internet recorre a formas de solidariedade e generosidade. São sites comunitários, fóruns de discussão.

São o telefone e o computador portais do que o senhor denomina tecnomagia? Quais os bens e os males destes objetos de desejo contemporâneos?

Maffesoli: A tecnologia do Século 19 separava as pessoas, constituindo uma sociedade de isolamento absoluto. Ficava-se em casa com seus objetos técnicos, sem criar laços sociais. Seria ingênuo se dissesse que isso não acontece mais. Observamos bem um processo gregário de solidão nas grandes megalópoles. Mas, ao mesmo tempo, vemos esses meios de comunicação interativos criando uma forma de reencantamento da existência. Estamos sempre em relação com o outro. Isso recria a velha ideia de comunidade. O que eram as tribos pré-modernas? Elas utilizavam os objetos técnicos do momento de uma forma mágica, criando laços, relações. A metáfora que proponho é a de que o telefone celular e o microcomputador desempenham mais ou menos o papel do tambor das sociedades primitivas. No centro que dirijo, na França, estamos fazendo uma pesquisa sobre a tecnomagia, tentando mostrar como a tecnologia é, ao mesmo tempo, um objeto técnico e desempenha o papel do totem.

Sendo a moda interlocutora de relações entre tribos, como avaliar as vítimas da moda?

Maffesoli: De fato que existem fashion victims. Mas é simplista colocar o fato nesses termos, é uma concepção muito moralista, nostálgica da ideologia do individualismo. Eu acho que o individualismo acabou. É difícil dizer isso. Significa que a grande ideia de liberdade não é mais um valor atual. Sempre queremos estar em contato com o outro, de fazer como o outro. Aí está a viscosidade. Gabriel Tarde denominou isso de a lei da imitação, que predomina atualmente. Se tomarmos a ideia da tribo, só existimos pelo e através do olhar do outro. Não se trata mais de uma questão de liberdade, trata-se de uma dependência. Todos temos vícios. Pode ser a droga, o álcool, roupas, sexualidade, religião. Essas coisas são muito viciosas. Desde o momento em que existe a prevalência da moda, nos tornamos prisioneiros do outro em suas características. Temos aí uma inversão de polaridade, uma verdadeira mudança, e não podemos julgar isso com os critérios modernos. Quando vemos um grupo de jovens vestidos, se comportando e falando da mesma maneira, podemos dizer que são fashion victims, mas também que se trata de um laço comunitário. É uma questão de laços. Estamos ligados.

Quais são os pactos necessários para a salvaguarda da vida no planeta?

Maffesoli:
Que vasta questão! O pacto primordial é o ecológico. Não se considerou a natureza como um simples objeto a ser dominado, a ser explorado, e isso levou a sua devastação? Isso vai acarretar na devastação do homem também, assim como houve com outros animais. Atualmente existe uma espécie de conscientização de considerar a natureza como uma parceira. Aí a noção de pacto se aplica bem. Pressupõe interação, que chamo de reversibilidade, e integra os elementos emocionais, afetivos e sensíveis. Agora se pensa a natureza como interatividade. Ela não é simplesmente um objeto morto que posso manobrar. É uma realidade viva. No fundo aí está o verdadeiro humanismo. O humos no humano, este é o pacto.

Falar em “envaginar” os sentidos é valorar o feminino frente à derrocada do masculino na pós-modernidade?

Maffesoli: Sim. Aquilo que foi a grande tradição moderna, na perspectiva judaico-cristã, foi a prevalência de Deus pai, do homem, do masculino, com toda a grande concepção do fálico. O falo ereto é o símbolo dessa dominação da natureza. Primeiro foi a dominação do homem sobre a mulher, depois sobre a natureza. De forma empírica, ao nível da constatação, observamos nas últimas duas ou três décadas uma feminização do mundo. Isso introduziu, aos poucos, a pós-modernidade. Podemos também estabelecer uma relação entre a feminização e a sensibilidade ecológica. Para traduzir isso, uso o termo “envaginação”, que é forte, mas serve para provocar. No sentido essencial do termo, a vagina é a metáfora da terra mãe. Mas há uma nuance: em francês digo que não se trata mais do feminino, mas da “feminitude”. Para chamar a atenção de que até mesmo os homens participam desses valores de feminização. Posso ter uma realidade físico-química masculina e ter uma série de fantasias e tendências femininas. Isso é feminitude.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/vidafeminina/19,0,2559403,Maffesoli-e-a-feminizacao-do-mundo.html

sexta-feira, 15 de maio de 2009

MICHEL MAFFESOLI

MICHEL MAFFESOLI

Maffesoli: "O Brasil é um laboratório vivo da pós-modernidade"
Escritor francês, um dos principais nomes da pós-modernidade, fala com exclusividade ao portal Nominuto.com sobre sua obra e a ligação intelectual com o pensamento brasileiro.
Por Alex de Souza

Michel Maffesoli esteve no Brasil participando de simpósio na UFRN.
Com a colaboração de Geider Henrique Xavier


Ele é um dos intelectuais mais influentes no meio acadêmico brasileiro e um pensador fundamental quando o assunto é pós-modernidade. Estudando fenômenos como raves e internet, desenvolveu conceitos como da sociedade comunitária e tribal, em contraponto aos modelos de sociedade dominantes.

O francês Michel Maffesoli esteve em Natal, nesta semana, para participar de um Simpósio, a convite do Departamento de Ciências Sociais da UFRN. Numa entrevista exclusiva ao portal Nominuto.com, ele fala sobre temas centrais de seu pensamento, política na América do Sul e explica por que o Brasil é, para ele, um "laboratório da pós-modernidade".

Nominuto.com - O senhor está inscrito numa corrente de pensadores franceses que surge após o Maio de 68. Nomes como Gilles Deleuze, Jean Baudrillard, Edgard Morin, Felix Guattari ajudaram a compor um retrato do que convencionamos chamar de pós-modernidade, na segunda metade do século 20. Como o senhor vê sua obra frente à desses nomes?
Michel Maffesoli - Bem, sou de uma geração posterior a essa. E devo muito à obra de Morin, de Deleuze e de Baudrillard e muito de meu pensamento, não tudo, deve-se também ao trabalho deles. Por exemplo, no que concerne a Edgar Morin, a sua análise da sociedade complexa e da complexidade me parece que define bem a pós-modernidade. Com relação a Baudrillard, é um pensador bastante incômodo, mas que traz novidades. E o que ele escreveu vem justamente romper com a idéia de modernidade. E em Deleuze, me interessa muito o que ele diz sobre a filosofia da vida e sobre o barroco.

NM - Um dos pontos centrais de sua obra é a análise do cotidiano, daí partiram suas observações sobre o fenômeno das tribos, por exemplo. Aqui em Natal, o senhor proferiu uma palestra sobre o que considera um 'reencantamento' do mundo. Como o senhor define essa visão de reencantamento na contemporaneidade?
MM - A modernidade representou uma dominação da razão. Em contraparte, a pós-modernidade representou o retorno de um pluralidade, ou seja, também um retorno da emoção, da 'magia', da afetividade. Enfim, uma volta do que se perdeu na modernidade, que tentou racionalizar todos esses aspectos.

NM - Então no caso seria essa crítica que o senhor faz aos estudiosos marxistas nas ciências sociais?
MM - Não faço uma crítica unicamente aos marxistas. Faço uma crítica aos marxistas e aos positivistas. Pois tanto uns quanto os outros, continuam presos ao esquema analítico do século 19. O legado desse esquema analítico é o racionalismo. Mas não quero fazer só uma crítica da razão e do racionalismo. Quero completar a razão com o sensível. Inclusive tenho um livro, que foi traduzido no Brasil, chamado Lógica da Razão Sensível. Então o que prego é a introdução do sensível, dentro desse sistema racional.

NM - Falando um pouco de política, na América Latina, vê-se uma domínio das forças de esquerda, em vários países - notadamente na América do Sul. Na França, em contraponto, houve uma guinada à direita, com a eleição de Sarkozy. Sendo alguém que está em constante contato com o Brasil, como o senhor enxerga esse movimento popular que levou as esquerdas ao poder, por aqui?
MM - Eu falava, durante uma mesa-redonda na universidade, que tive uma discussão pessoal com Chavez. E acho que não se pode falar daquele homem e de socialismo. E não quero falar sobre Lula, mas o PT no Brasil não tem uma dimensão socialista. Por outro lado - e isso o que é mais interessante - é que a tendência é uma tendência do populismo. Mas, o populismo não é ser necessariamente pejorativa. É a volta do povo, que não quer mais ser governado de cima para baixo. E também, em meu entendimento, a América Latina e, sobretudo, o Brasil representam um laboratório vivo da pós-modernidade. É um fenômeno que rotulo de 'a volta do povo'. Pode-se dizer que, na França, o sucesso de Sarkozy é um sucesso do populismo contra o sistema político habitual. E a oponente de Sarkozy, Ségolène Royale, era também populista - e contra o Partido Socialista. Então a tendência mundial é a volta do povo.

NM - Mas o senhor considera que essa 'volta do povo' dá-se de maneira crítica, ou pode-se falar mais uma vez do uso político, pode-se falar desse povo como massa de manobra?
MM - É claro que há alguma manipulação, e não se trata de ser ingênuo sobre isso. Mas isso não me interessa, me interessa o que há como pano de fundo disso. Esse populismo, no fundo, é uma desconfiança contra aquele poder que vem de cima. Contra os políticos, contra os intelectuais e contra os jornalistas. Eis as três desconfianças importantes: os políticos, os universitários e os jornalistas é que faziam a opinião na modernidade. E o que se percebe na Europa é uma crescente desconfiança contra essas categorias. Para mim, essa é uma das formas da pós-modernidade.

NM - Uma de suas teorias fala da suplantação do homo faber pelo homo aestethicus. Como se identifica, na sociedade, esse homo estethicus?
MM - O que eu chamo de homo estethicus é o que Morin classifica como homem demens e Huizinga, como homo ludens. Todas essas terminações na verdade significam que, para o homem, não é simplesmente o trabalho que representa a realização de si. Como podemos ver em outras épocas históricas, como na Renascença, no Quatrocentto e no Trecentto, a cultura, o hedonismo e o corpo é que são importantes. Empiricamente podemos observar que a pós-modernidade é assim. E, mais uma vez, o Brasil é um exemplo disso. Essa dimensão hedonista, corporal e sensível. É isso que chamo de homo estheticus. E, etimologicamente, estético quer dizer provar as emoções misturadas. É o que falei, sobre o retorno das emoções.

NM - No meio acadêmico brasileiro, é célebre a discussão que o senhor travou com o historiador Sérgio Paulo Rouanet sobre essa questão da pós-modernidade. E o que Rouanet defende é que esses traços que o senhor enxerga não são suficientes para ocasionar a 'ruptura' que sinaliza a pós-modernidade. Por que o senhor considera que justamente o Brasil reúne essas características do pós-moderno?
MM - Primeiro, gostaria de dizer que respeito o Rouanet. Humanisticamente e intelectualmente ele é um grande intelectual. É uma pessoa tolerante, com quem se pode travar uma discussão. No debate que travamos, ele representa essa característica do racionalismo moderno. E eu tento demonstrar a crítica da pós-modernidade. Acho que o Brasil não é o único, mas é um dos países onde os valores pós-modernos são importantes. Dei uma entrevista a um jornal brasileiro de Sociologia, onde eles me perguntaram também quais eram as características da pós-modernidade. Respondi que é justamente a importância do corpo, a mestiçagem e a imaginação. O que permite uma forma de criatividade social. Eis para mim as características da pós-modernidade. E porque acho que o Brasil é um desses países... Ao mesmo tempo, e se vê isso também na França, os intelectuais brasileiros continuam presos ao esquema moderno. Eu digo isso com prudência (risos), mas aí tem um problema. Para todos (risos).

NM - Um pensador brasileiro que o senhor considera importante é o Gilberto Freyre, que na sua opinião enxergou esse caráter múltiplo do Brasil. E, no nosso meio acadêmico, as idéias do senhor estão cada vez mais difundidas, vários de seus livros já foram traduzidos aqui e muitos doutores foram seus alunos. Hoje, que estudiosos brasileiros apresentam essa visão pós-moderna do Brasil?
MM - Eu diria que Juremir Machado, o próprio professor Alípio de Sousa, da UFRN... Um outro nome é Muniz Sodré, que hoje é diretor da Biblioteca Nacional. Como eu, eles partiram do marxismo, passaram por Baudrillard e têm uma visão bastante crítica da sociedade brasileira.

NM - Em oposição ao que os modernos apresentam como visão otimista do mundo, o senhor oferece uma visão 'generosa' do mundo. Que visão seria essa?
MM - Poderia resumir com uma frase: 'A vida talvez não valha nada. Mas nada vale tanto quanto a vida.' Essa minha posição é um posição empírica. É anterior à teoria. Retomo uma idéia de Nietzsche, e afirmo a 'vontade de viver'. É claro que há uma imposição econômica, que há uma imposição moral, que pesam sobre a vida. Mas, apesar disso, apesar de tudo (risos), tem a vida. Eu me inspiro na posição de Galileu: "No entanto, gira". Digo: "No entanto, vive". Galileu foi condenado pelo clero do momento. Pelos 'marxistas' do momento. Eu tento mostrar que além das condenações marxista e positivista, tem o vitalismo, tem a 'generosidade', e que tudo é maravilha. E que, apesar de tudo, há vida. Voilà.

Site: http://www.nominuto.com/noticias/entrevistas/maffesoli-o-brasil-e-um-laboratorio-vivo-da-pos-modernidade/26972/

terça-feira, 10 de março de 2009

No que concerne á pós-modernidade nascente,é a tecnologia que favorece um verdadeiro reencanto do mundo."

(Michel Maffesoli)
Esse blog, criado pelo grupo de estudo e pesquisa do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará, ministrado pela Profª Ms. Izabela Jatene com o objetivo de discutir, de forma acadêmica, a pós-modernidade no tocante a todas as visões possíveis que nos convenham.
Durante esse perído será comentado todas as nossas conversas e discussões em sala de aula, as nossas idéias e os temas que cada um irá estudar.
Pretendemos mostrar algo diferente nos estudos das Ciências Humanas, não somente às Sociais; porque, afinal de contas, sempre há um enlace entre as ciências ditas Humanas, pois a diferença está nos diferentes olhares.
Por isso, sintam-se à vontade para expor tudo aquilo que for necessário e pertinente ao tema.

Um grande abraço!

Paula Ramos e Edyr Oliveira.